Colaboradora venezuelana da BRF desde 2021, Keilys Gomez, que é Operadora de Produção III da nossa unidade de Chapecó (SC), compartilhou conosco um pouco da sua trajetória como imigrante no Brasil, e como a parceria entre o Instituto BRF e a ONG Visão Mundial contribuiu com o seu desenvolvimento profissional. Atualmente ela também é responsável pelas análises de rendimento individual e familiar da unidade catarinense.
Confira abaixo:
Vinda ao Brasil
Com 17 anos, eu cursava Direito na universidade e alternava os estudos com as tarefas do meu pequeno mercado. Estava tudo dando certo, até que o preço da mensalidade aumentou e teríamos que pagar em dólar. No início, fiz um esforço e consegui pagar, mas logo tive que optar entre estudar ou comprar comida, além de arcar com as despesas de transporte a alimentação. Por isso decidi trancar a faculdade e me concentrar no meu negócio, mas a crise, porém, não demorou para afetar. Os preços oscilavam muito e no final não me gerava lucro. Aos 19 anos, sozinha, decidi vir ao Brasil.
Apoio social
Cheguei ao país em 2019 e nos cinco anos que estou no Brasil, já morei em três estados: Amazonas, Paraná e, atualmente, Santa Catarina. Há dois anos no estado catarinense, consegui um emprego como Secretária de Produção aqui na BRF, onde conheci o trabalho do Instituto BRF com a ONG Visão Mundial. Participei do curso de administração de empresas, que me ajudou muito na realização das minhas tarefas no dia a dia de trabalho. Além disso, realizaram um mutirão de informações sobre como validar os diplomas de ensinos médio e fundamental, um processo que é facilitado e gratuito para migrantes e refugiados haitianos e venezuelanos residentes em Santa Catarina, assim como eu.
Futuro
Tenho saudade da minha família, mas ainda não passa pela minha mente voltar à Venezuela. Minha meta é seguir trabalhando e retomar os estudos no Direito ou como Contadora. Quero seguir meus sonhos sem me importar com os obstáculos.
Por meio do projeto Integração, o Instituto BRF e Visão Mundial promovem capacitação educacional entre os refugiados das regiões de Chapecó (SC) e Boa Vista (RR), oferecendo formação profissional, aulas de português e orientações sobre a revalidação de diplomas de ensino médio, contribuindo com suas integrações socioeconômicas.
Até o presente momento, a iniciativa já beneficiou mais de 400 pessoas. Em 2023 a expectativa é alcançar ao menos 300 novos alunos, tanto em Chapecó (SC) quanto em Lucas do Rio Verde (MT), novo município que receberá a iniciativa do IBRF. A parceria com a Visão Mundial mobilizou também a estruturação de dois Espaços Amigáveis em Boa Vista (RR) e Chapecó (SC), impactando mais de 800 crianças, contribuindo para que elas tivessem um espaço seguro e educativo enquanto os familiares se recolocavam no mercado de trabalho.